Pedro, um rapaz qualquer do século XXI, digno e trabalhador, todos os dias deparava-se com seu computador. Ele se punha à frente da máquina e assim que à ligava, aquela mesma voz digital ordenava por meio de uma mensagem de texto:
"Insira aqui seu nome e depois diga em voz alta Bom dia, Computador."
Sempre em tom de deboche, Pedro dizia:
- Bom dia, Computador.
O computador, com aquela estranha voz, respondia:
- Bom dia Pedro, o que deseja?
Mais uma mensagem de texto aparecia. Esta outra dizia:
"Atenção! Pedro, diga em voz alta Eu quero trabalhar porque eu amo meu trabalho acima de tudo e de todos."
Pedro, ainda em tom de deboche, respondia:
- Eu quero trabalhar porque eu amo meu trabalho acima de tudo e de todos.
Eis que um som, como o das nuvens se abrindo para o sol, surgia do computador. Pedro sentia uma paz celestial em seu coração, algo digno de virgens angelicais com suas harpas de ouro e caixos de uva. Uma experiência quase surreal.
E depois, Pedro voltava a trabalhar.
A frente do computador, ao longo de todo o dia.