É um fenômeno estranho.O clube virou uma marca e o jogador um artista digno do mercado atual, outra marca. E olhe que não estou falando dos verdadeiros gênios da bola, aqueles que com suas pernas plastificaram jogadas esteticamente perfeitas imortalizadas por milhares. Estou falando em um ídolo temporal. Um alguém que tenha seu nome tão valorizado quanto à marca que carrega no peito. Que agregue valor e dê visualização ao clube. Afinal, nenhum outro espetáculo ou artista consegue reunir 30 mil fiéis duas vezes por semana.
Hoje, jogadores e clubes ;ou apenas marcas; com uma imagem decadente buscam estratégias de Marketing para voltar ao seu consumo padrão. Buscam agregar valores, que para mim estão muito aquém dos títulos e honras do passado não muito distante. Transações monetárias com zeros inimagináveis carregam jogadores à lugares onde o espetáculo Futebol sequer é um esporte. O futebol é um mercado muito lucrativo. E sujo.
Para nós, brasileiros por nascimento ou adoção, o futebol sempre foi um espetáculo popular. Sempre foi o nosso circo. Identificamos-nos com um clube desde pequenos, geralmente induzidos por algum parente, colega ou até mesmo pela mídia. Opa, é aí onde entra o consumismo inconsciente. O futebol é consumido como qualquer outro produto, e ainda por cima, é perecível! Um clube é uma marca com a qual me identifico e exibo para a sociedade, como uma marca, este clube tem seus altos e baixos, seus momentos de glória e fracasso.
Recentemente um clube ,que também é uma marca popular muito tradicional e é o atual campeão da segunda divisão do Campeonato Brasileiro, teve que retribuir o apoio de seus fiéis de alguma forma. Coincidentemente, uma pesquisa de mercado recém havia apontado os principais ídolos esportivos no Brasil. Respectivamente: Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Ronaldo Fenômeno. Quatro marcas de peso no mercado internacional. As três primeiras não estavam disponíveis, o que fez os diretores optarem pela quarta opção. Uma marca um pouco mais antiga, já um pouco desvalorizada, mas ainda de tamanho respeito e valor. Isso trouxe esperança aos seguidores, atenção e dinheiro ao clube. E a propaganda e a visualização que o Clube Corinthians teve com esta parceria é algo realmente incrível. Maior até que o seu “título mundial”. Para se ter noção, a associação das marcas Ronaldo e Corinthians, teve maior visualização e importância na mídia, nacional e internacional, que a associação de dois grandes e importantes bancos do país.
É claro que esta estratégia também dependerá do rendimento do jogador em campo, afinal, um bom produto não continua agregando valor a marca por muito tempo se não for verdadeiramente bom.
Apenas para esclarecer, também considero o ponto de vista do jogador, que pode estar buscando mais uma possível e fenomenal superação.