Paulo era desses mal jogadores. Esses em que, na hora, até as bolas atrapalham. Costumava ir à peixaria só pra sentir o cheiro de bergamota, já que não comia nunca uma boa mixirica.
Mas, um dia, numa dessas idas à peixaria, Paulo conheceu Marina Moto-serra. De raiz suéca, mas de mãos calejadas, Marina tinha fama por não deixar sequer um tronco em posição ereta.
Marina era exatamente como Paulo. E se essa história fosse um romance, diria que eram feitos um para o outro. Não fosse Paulo, no dia dos namorados, ter preferido comprar uma aliança para enfeitar a sua amada mão, eles estariam hoje unidos em um só coração.