sexta-feira, 6 de março de 2009

Catecismo, creme dental e Eu

Primeiramente, gostaria de deixar claro que possuo, provavelmente em meu coração, um ímã para mendigos, traficantes e outras cargas negativas.
Enfim, Karatê é um rapaz, de 51 anos, que conheci na rua em Belém. Seu apelido faz jus à glórias passadas. Que fazem jus à seu estado físico e psicológico. Ele, um dia, havia feito parte da Seleção Paraense de Karatê, com ela visitado todo o norte do continente e ganhado diversos títulos. Títulos que hoje são motivo de melancolia, depressão e diversas fugas da realidade. Abusa de substâncias como o álcool, a maconha e a merla (um subproduto da cocaína feito a partir dos restos do refino e misturado a solventes como ácido sulfúrico, querosene e etc. Veja só! Até o tráfico segue "os R´s"! Recicla e reutiliza, só não reduz).
Psicologicamente falando, acredito que o que acontece com Karatê é muito comum em nossa sociedade, principalmente se relacionado a celebridades de curta duração. Alcança-se com facilidade um título de herói sem nenhum preparo psicológico e quando perde-se o título, ou, cai-se no ostracismo, toda nossa psique, que era focada em um objetivo, agora não tem mais direção. Não hão mais anseios e nem expectativas. Não há um impecilho a auto-destruição.


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"Nasci no dia do medo
Na hora de ter coragem
Fui lançado no degredo
Diplomado em malandragem"
Tom Zé

Saiba mais sobre o autor que não se responsabiliza pelos textos aqui dispostos.