Você adora as políticas assistencialistas e seu discurso pela responsabilidade social é lindo, mas você não faz porra nenhuma por ninguém. Quando muito, você sente pena. Culpa o Estado pela desigualdade, e agradece à Deus por não estar na pele daqueles coitados.
Você não se importa com aquele pivete morrendo pelo crack nem com aquela família de desgraçados morrendo de fome. Você não está nem aí com a criança que passa a infância costurando tênis; com aquela mulher que, depois de passar 8 horas limpando o seu lixo, tem que enfrentar mais 2 horas para chegar em casa e cuidar de uma família inteira; com aquele vagabundo que vasculha, entre porcos e urubus, um resto de comida no meio lixo. É porque na verdade você é como eu e inconscientemente sente prazer com a injustiça social. A sua preocupação com os direitos humanos é só mais uma forma de dominação autoritária.
Você não saiu da caverna para ver a verdadeira realidade, você criou um mundo em sua caverna e quer trazer as sombras para dentro. Você, que acha que a caridade é revolucionária, encare a realidade: o mundo é uma merda, as pessoas são ruins e a vida não vale nada. A grande revolução é não fazer nada. Assuma seu desprezo. Desista desse Estado falho e encare a barbárie.
Seria bom poder acreditar que isso é um exagero.