26 anos de vida normal

Sempre fui um fiel propagador da máxima "quem não cola não sai da escola". Durante o colégio e a faculdade, colava indiscaradamente. Nunca tive prejuízo por isso. Afinal, quase tudo daquilo que se aprende na escola é inútil quando aplicado no cotidiano. Entretando, houve uma vez em que colei e por esta hoje ainda sofro. Foi na auto-escola.

Todas as minhas aulas haviam sido em dias de sol, mas no dia do exame se fazia um dilúvio. Com isso, fiquei mais ansioso do que de costume. Para minha "sorte", um pouco antes de me convocarem, encontrei meu instrutor, que disse:

- A gente não teve aulas na chuva e esqueci de te ensinar, mas fique tranquilo que já deixei o carro com o desembaçador e o ar ligados. Boa sorte!

Realmente, fiquei mais tranquilo e tive bastante sorte. Realizei o teste e, mais uma vez, a cola me salvou. Entretanto, ao contrário dos tempos de colégio, essa "ajudinha" me trouxe prejuízo. Até hoje, nos dias de chuva, pego-me resmungando por que não aprendi de fato; e, com um paninho, realizo a função do desembaçador.

Para Lennon e McCartney

Duas vezes participei de projetos que se espelharam no regime democrático: um escritório "coletivo" e um país "democrata". Ambos, apesar do relativo sucesso, frustraram. Mas tudo bem. Se desde a revolução francesa a gente vêm tentando, não é agora que vai desistir!