sexta-feira, 6 de junho de 2008

Voltamos à estaca zero.

Pensou, escreveu e nada mudou.
Leu, pensou e escreveu.
Nada mudou.
Leu, mudou e escreveu.
Nada pensou.
Pensou, leu e nada escreveu.
Mudou.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A que ponto chegamos!

Eis aqui um fato digno de uma estátua em praça pública.
Hoje, por volta das 14h, entrei em uma pequena loja no centro da cidade.
Procurava por CD´s e solicitei a um jovem rapaz, na verdade não tão jovem, deveria ter lá seus 30 e poucos anos.
Pois bem, após solicitado, o rapaz checa no balcão e não encontra meu pedido.
E então, demonstrando de forma explícita, e até vulgar, sua inserção no mundo tecnológico, aciona seu microfone (desses como os de tele-marketing) e pergunta, supostamente à alguém, se ainda há CD´s no estoque. Pede-me licença e retira-se por uma pequena porta, naquela ainda menor loja.
Pouco tempo depois, volta o mesmo rapaz. Mas agora, com um par de óculos escuros em sua face e uma jaqueta de couro tão preta quanto seus cabelos, carregando uma caixa, que pressupus serem CD´s. Com a mesma voz, porém, um pouco anasalada, ele me diz que o chefe voltará logo para cobrar. Fico um pouco pensativo, porém, espero. Tão curioso quanto paciente.
Logo, aquele mesmo rapaz, com seu jaleco que orgulhosamente carrega uma logomarca estampada em seu peito, me entrega um envelope com um CD e exclama:
- Um Real e Cinquenta Centavos!
Dou-lhe o dinheiro, olho em seus olhos e realmente impressionado me retiro.

..

Obrigado ao colega Guilherme Foerster pelo fato.


segunda-feira, 2 de junho de 2008

Vou-me embora para Pasárgada

Poderia começar dizendo que lá sou amigo do rei,
mas mentira seria, pois de lá nem um mero peão eu conheceria.
As mais belas prositutas, sequer eu veria.
Um bom banho de mar, meu corpo não aguentaria.
E quando eu estiver mais triste,
Mas triste de não ter jeito,
Quando de noite me der,
Vontade de me matar,
Basta-me uma cama escolher,
e no outro dia,
ver novamente o alvorecer.

Obrigado ao colega Manuel Bandeira, pela citação, título e inspiração.

domingo, 1 de junho de 2008

O fidedigno

Fim do dia, uma jovem e tímida voz me questiona:

- O senhor já possui nosso cartão fidelidade?
- Não.
- Gostaria?
- Este cartão me dá direito a uma vida livre de problemas?
- Não.
- Este cartão me dá direito a prazeres sem limites?
- Não.
- Este cartão me dá direito, pelo menos, a férias remuneradas?
- Não. Mas dá direito a descontos especiais em nossa rede de supermercados.
- Obrigado, mas ainda prefiro minha dignidade.

Saiba mais sobre o autor que não se responsabiliza pelos textos aqui dispostos.