sexta-feira, 30 de maio de 2008

Melhor era tudo se acabar

Assim que anunciado o total desmatamento da floresta amazônica, os pusilânimes cientistas logo recorreram ao uso de células tronco. Em uma verdadeira transfiguração, os bispos ficaram loucos, os reis viraram magos e os cavalos decidiram andar única e exclusivamente em "L".

sábado, 24 de maio de 2008

Perca tempo agora.

Nunca, em toda a minha vida, aceitei o fato de perder tempo.
Talvez, por nunca tê-lo encontrado.

sábado, 17 de maio de 2008

Por que azul?


Levanto-me todo dia às sete em ponto.
Às oito, já estou pronto.
Porém, alguem insiste em questionar:
- Por que esta roupa azul?

Embasbacado costumo me retirar.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

E por falar na prosa popular..



" - Colou dois mano um acenou pra mim,
de jaco de cetim, de tênis calça jeans.

- Ei Brown, sai fora, nem vai, nem cola,
não vale a pena dá idéia pra esse tipo aí:
ontem a noite eu ví na beira do asfalto,
tragando a morte, soprando a vida pro alto.
Ó os cara só o pó, pele e osso,
no fundo do poço, mais flagrante no bolso.

- Veja bem
ninguém é mais que ninguém,
veja bem,
eles são nossos irmãos também."
Racionais MC´s

"O RAP, originário das ruas dos guetos jamaicanos, surgiu com a função de animar bailes. Esses bailes serviam de fundo para o discurso dos ‘toasters’, autênticos mestres de cerimónia que comentavam, nas suas intervenções, assuntos como a violência das favelas de Kingston e a situação política da Ilha, sem deixar de falar, é claro, de temas mais prosaicos, como sexo e drogas."

Esta música foi lançada há 10 anos. Porém, seu contexto encaixa-se perfeitamente nos dias atuais, e provavelmente, encaixar-se-á a dias que hão-de vir.
Creio que o RAP (assim como o Funk carioca), por sua prosa popular, seja o ritmo musical mais sincero e rico à tona no Brasil. Talvez seja ele o meio em que nós, burgueses por opção, mantemo-nos mais perto da realidade das perifeiras. Onde as aliterações já perderam a graça e as poesias já não florescem há tempo, uma prosa vulgar sobre a realidade é o que resta para complementar a composição.

Uma Ode à aliteração


"Sai da minha aba,
sai pra lá.
Sem essa de não querer
me ver.
Sai da minha aba,
sai pra lá.
Não aturo mais você."

Grupo Só Pra Contrariar

"A aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir consoantes, vogais ou sílabas num verso ou numa frase, especialmente as sílabas tônicas. A aliteração é largamente utilizada em poesia mas também pode ser empregada em prosa, especialmente em frases curtas."

Assonâncias e Consonâncias a parte, meus sinceros parabéns ao Grupo Só Pra Contrariar pelo resgate poético.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Que tal um Martini?

Um belo dia, uma bela garota cantou-me:
- Que tal um Martini?
Como bom comparsa, anunciei:
- Bananas, bananas, bananas.
Ela, sem entender, retrucou:
- Hoje, nunca mais.
Alterado, gritei:
- Alabama, nunca mais.

..

" Nada é pior do que tudo."
Elis Regina.

Saiba mais sobre o autor que não se responsabiliza pelos textos aqui dispostos.